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Mecanismos de defesa são uma série de adaptações, incluindo órgãos, que alguns animais possuem e que permitem que eles evitem ser caçados por seus predadores. São vantagens evolutivas conservadas porque aumentam a chance de sobrevivência da espécie em um mundo onde predadores naturais estão constantemente tentando caçá-los.
Tipos de mecanismos de defesa no reino animal
Qualquer adaptação que de uma forma ou de outra permita que um animal escape de um predador, afaste-o ou sobreviva ao seu ataque pode ser considerado um mecanismo de defesa. Nesse sentido, os mecanismos de defesa dos animais são muitos e variados. No entanto, eles podem ser classificados nas seguintes categorias:
- mecanismos de fuga.
- Esconderijo.
- Mimetismo animal.
- Bioluminescência.
- Secreção de produtos químicos.
- Geração de som.
- Características físicas protetoras.
- Armas de defesa animal.
- Defesa por comportamento (fazendo-se de morto, comportamento agressivo).
- Descolamento de partes do corpo.
- Ardiloso.
- Vigilância em grupo.
- Associação com outras espécies.
mecanismos de fuga
Uma das primeiras maneiras pelas quais os animais evitam se tornar presas é através do vôo. Nesse sentido, agilidade e velocidade são as chaves do sucesso, e são múltiplos os exemplos de animais capazes de sobreviver e fugir dos ataques de seus predadores graças à sua capacidade de fuga. Exemplos disso são numerosos na savana africana, onde animais como gazelas, impalas e zebras dependem de sua capacidade de correr longas distâncias em alta velocidade para escapar de leões, guepardos e leopardos.
No entanto, a capacidade de correr não é a única forma de defesa de fuga. Os pássaros também usam sua capacidade de decolar rapidamente e voar para evitar serem comidos por predadores terrestres ou aquáticos. No caso da borboleta Morpho azul, ela se caracteriza por realizar um voo errático e imprevisível que dificulta muito a captura de seus predadores.
Da mesma forma, no mar muitos peixes dependem de sua capacidade de nadar rapidamente em linha reta e fazer mudanças bruscas de direção que confundem seus predadores.
Esconderijo
Quando falamos em esconderijos, nos referimos à capacidade de muitos animais de encontrar lugares onde os predadores não podem alcançá-los. Não estamos nos referindo à camuflagem, que será abordada no próximo ponto, mas sim à capacidade de se esconder em buracos, entre rochas ou no alto das copas das árvores. Muitos animais dependem de sua capacidade de se esconder para que os predadores não possam encontrá-los. Animais como a doninha e o escorpião se escondem em cavernas para se defender de seus predadores.
Outras espécies de animais vivem e se escondem em tocas construídas por eles mesmos ou por outros que os abandonaram. Exemplos comuns de animais que vivem em tocas incluem toupeiras, raposas, marmotas e peixes-diabo.
A cor
A cor é um importante elemento de defesa no reino animal. A maioria dos animais venenosos ou tóxicos tem cores vivas e muitas espécies predadoras aprenderam a não mexer com esses animais. Assim, a presença de cores vivas em outras espécies animais inofensivas também serve como um mecanismo de defesa e alerta que dissuade muitos atacantes.
mimetismo animal
Talvez um dos mecanismos de defesa animal mais impressionantes e conhecidos seja o mimetismo. Isso se refere à capacidade de alguns animais de imitar a aparência ou alguma outra característica de seu ambiente natural ou de outros animais.
A forma mais conhecida de mimetismo animal é a camuflagem, que consiste na capacidade de se misturar com o ambiente até se tornar quase indistinguível dele. Em alguns casos, a camuflagem é permanente e só funciona em determinados ambientes, como é o caso das corujas, cuja plumagem as torna quase indistinguíveis dos troncos em que nidificam.
Por outro lado, outros mecanismos de mimetização são mais espetaculares, como o popular camaleão, que é capaz de alterar a cor de sua pele ao imitar a cor de seu entorno, confundindo-se efetivamente com ela aos olhos de seus predadores (e também de suas presas, aliás).
Há também casos mais extremos em que o animal aparenta ser invisível ou transparente, como é o caso da borboleta de vidro, que literalmente deixa ver através de suas asas.
Mas o mimetismo não é usado apenas para se tornar invisível para os predadores. Em alguns casos, os animais apresentam traços físicos e até comportamentos que imitam os de outros animais perigosos ou repugnantes, de forma que afugentam seus predadores. Esse mimetismo, chamado de mimetismo batesiano, é muito comum no reino animal. É o caso, por exemplo, da lagarta da borboleta Hemeroplanes triptolemus , que tem a particularidade de apresentar um espessamento em uma de suas extremidades com duas manchas laterais que torna sua cauda quase idêntica à de uma cobra.
Existem diferentes espécies desta lagarta que se assemelham a diferentes cobras, mas a sua semelhança não se esgota na sua aparência, mas esta lagarta, aparentemente consciente do medo que as cobras instilam no reino animal, também imita as cobras levantando a cauda e movendo-a em da mesma forma que uma cobra moveria sua cabeça.
Outro exemplo de mimetismo batesiano é o usado pelo falso coral ou Lampropeltis triangulum , que tem tamanho e combinação de anéis coloridos muito semelhantes aos da altamente venenosa cobra coral ( Micrurus frontalis altirostris ).
bioluminescência
A bioluminescência, ou a capacidade de um organismo vivo produzir e emitir luz, pode ser utilizada como mecanismo de defesa no reino animal. Nesses casos, o animal em questão acende como uma lâmpada quando se sente ameaçado por um predador, que, em alguns casos, consegue afugentá-lo ou, pelo menos, confundi-lo. Uma espécie que utiliza esse tipo de mecanismo de defesa é o milípede, que também é capaz de secretar uma substância tóxica como mecanismo alternativo de defesa, caso o aviso luminoso não seja suficiente, o que nos leva ao próximo mecanismo de defesa animal.
Secreção de produtos químicos e outros fluidos
A bioluminescência como mecanismo de defesa é rara no reino animal (na verdade, a bioluminescência em geral é rara). Em vez disso, a secreção de substâncias químicas de diferentes tipos é um mecanismo comum e eficaz presente em todos os tipos de animais, desde animais terrestres a aquáticos, vertebrados ou invertebrados. Os tipos de substâncias químicas são muito variados e sua função também. Alguns exemplos do uso de substâncias químicas como meio de defesa são:
- Venenos e outras substâncias tóxicas: Muitos animais possuem glândulas especiais que secretam potentes toxinas capazes de envenenar seus predadores. Em alguns casos, essas substâncias limitam-se a causar desconforto, mas em outros casos podem ser fatais. Alguns exemplos comuns desse mecanismo podem ser encontrados em muitas espécies de sapos (como o sapo-correio, por exemplo), nos quais as substâncias costumam ser irritantes e, em alguns casos, alucinógenas. No entanto, os sapos são famosos pela periculosidade de suas secreções. Por exemplo, o sapo dourado encontrado nas selvas colombianas é considerado um dos animais mais venenosos da Terra.
Este pequeno anfíbio, com cinco centímetros de comprimento, liberta uma neurotoxina que inibe a condução neuromuscular, levando a paragens respiratórias e cardíacas quase instantâneas e provocando a morte de quem se atreve a ameaçá-lo. Um único sapo dourado pode liberar toxina suficiente para matar 100 humanos adultos.
- Substâncias irritantes: em alguns casos, o animal é capaz de liberar e até borrifar uma substância irritante para seu predador. Muitos besouros e outros insetos, como formigas, têm a capacidade de liberar ácido fórmico. No caso do besouro-bombardeiro, ele combina um conjunto de substâncias químicas em uma câmara abdominal especial, que reagem explosivamente antes de serem expelidas em temperatura de ebulição na forma de um spray fervente e irritante.
- Substâncias fedorentas: Outro exemplo clássico de defesa química é a liberação de substâncias malcheirosas. Gambás, mapuritas e gambás são exemplos de animais que, quando ameaçados, contraem glândulas especializadas que esguicham um almíscar fedorento que também é irritante para os olhos.
- Secreção de sangue: há casos em que o animal ameaçado borrifa sangue no predador para afugentá-lo. É o caso do lagarto com chifres, que solta jatos de sangue por meio de duas lançadeiras que possui em cada um dos olhos.
geração de som
Certos animais emitem sons específicos como um aviso para seus predadores. Por exemplo, a cascavel é conhecida principalmente pela presença de uma estrutura em sua cauda que, ao ser sacudida, emite um som característico como o de um maracá. Sempre que esta cobra sente uma ameaça se aproximando, ela começa a abanar o rabo em alerta.
Em outros casos, eles usam sons para alertar outros membros de sua comunidade sobre a presença de um predador. Por exemplo, muitos macacos gritam e fazem barulhos diferentes para se comunicar uns com os outros e têm diferentes sinais de alerta para diferentes predadores.
Traços físicos protetores
Os mecanismos mecânicos de defesa também são típicos do reino animal. No mar podemos encontrar muitas espécies de animais como os moluscos que possuem um exoesqueleto ou casca dura protectora que lhes permite evitar serem comidos por peixes e polvos. Alguns caranguejos também usam conchas de outros animais como escudos para se protegerem de predadores.
No caso dos animais terrestres, podemos encontrar animais com carapaças quase indestrutíveis, como as das tartarugas. Existem também animais cuja pele é extremamente grossa e difícil de penetrar, como elefantes e rinocerontes.
Por outro lado, animais como o tatu e o cachicamo também possuem estruturas cuticulares duras ao redor do corpo que lhes permitem proteger as partes mais macias, como a barriga. Muitos animais pré-históricos também tinham esses mesmos tipos de mecanismos de defesa para se protegerem de grandes carnívoros.
Por fim, alguns animais, como ouriços e porcos-espinhos, são forrados de espinhos que se enfiam na boca de predadores que tentam comê-los. Eles são até capazes de projetar esses espinhos como um ataque defensivo.
armas de defesa animal
Enquanto escudos como carapaças e conchas fornecem proteção defensiva contra um predador, existem animais que possuem armas que podem usar para enfrentar predadores e literalmente lutar por suas vidas. Os chifres são o exemplo mais comum desse tipo de mecanismo de defesa, embora existissem outros tipos de armas em tempos pré-históricos, como a cauda do estegossauro ou a enorme cauda em forma de bola ou martelo do anquilossauro.
defesa por comportamento
Existem dois tipos muito diferentes de defesa que estão relacionados ao comportamento de um animal quando se sente ameaçado.
A primeira é se fingir de morto. Ao contrário dos necrófagos, os predadores só comem o que eles ou outros predadores matam e normalmente deixam um animal que parece ter morrido de causas naturais, como doenças. Alguns animais se aproveitam disso e se fingem de mortos quando sentem que o perigo está próximo. Um exemplo clássico de animal que utiliza esse mecanismo de defesa é o gambá norte-americano, que, para ser mais convincente, fica imóvel com a boca aberta e a língua para fora e, além de esvaziar o intestino, secreta substâncias malcheirosas que o tornam parece que o animal está em decomposição há vários dias.
No outro extremo, temos animais realmente inofensivos que, sentindo-se ameaçados por um predador, adotam um comportamento extremamente agressivo para intimidar o predador e afastá-lo.
descolamento de partes do corpo
As espécies que têm a capacidade de regenerar o corpo costumam tirar proveito dessa capacidade como mecanismo de defesa. Nesses casos, o animal se livra de alguma parte sem importância de seu corpo para confundir e entreter o predador enquanto ele foge. Um exemplo desse mecanismo de defesa são os lagartos que se desprendem de sua cauda, que continua em movimento mesmo depois de separada do corpo do animal.
Por outro lado, os pepinos-do-mar têm a peculiaridade de enviar parte de seus órgãos internos pelo ânus.
Comportamento de enxame e outros mecanismos de defesa coletiva
Algo que algumas espécies animais entendem muito bem é que há força na união. Quando você é uma criatura pequena e indefesa como uma formiga, não há como enfrentar um grande predador sozinho. No entanto, quando em vez de uma formiga aparece um exército de milhares delas, as coisas mudam. Muitos insetos possuem sistemas de defesa coletivos que os permitem lidar com ameaças muito maiores do que eles próprios. As formigas são apenas um exemplo. Abelhas e vespas também.
No caso do mundo marinho, muitos peixes se movimentam em grandes cardumes às vezes formados por milhares de peixes. Nesses grupos, os peixes se movem em uníssono, como se fossem um único organismo. Esse comportamento coletivo coordenado é uma das chaves para impedir que tubarões, golfinhos, baleias e outros predadores os capturem.
Associação com outras espécies
Por último, alguns animais desenvolvem relações simbióticas com outras espécies animais ou com algumas espécies vegetais, aproveitando as suas características para se defenderem dos seus predadores naturais. Existem muitos exemplos desse tipo de mecanismo de defesa no reino animal, mas talvez o mais conhecido seja o usado pelo peixe-palhaço, popularizado pelo filme da Pixar Procurando Nemo. Essa espécie de peixe é capaz de viver entre as anêmonas venenosas, cobrindo-se com uma película que a torna indetectável para elas. As anêmonas são muito venenosas para a maioria dos outros peixes e vida marinha, então viver entre as anêmonas dá ao peixe-palhaço uma proteção muito boa contra predadores.
Por outro lado, as lagartas das borboletas da família Lycaenidae secretam um líquido doce quando se sentem ameaçadas. As formigas adoram esse líquido e são atraídas por ele, defendendo a lagarta contra seus predadores para poder aproveitá-lo.
Referências
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